Eles serão conduzidos pela música das cantoras Carol Jongo e Diana Mourão; professor e bailarino Fábio Dornas fala da experiência em trabalhar com crianças e adolescentes
Uma apresentação de canto e dança acontece neste sábado (28) na Fazenda Boa Esperança. Para Romeu Matias, produtor executivo da Fazenda, e também presidente da Associação do Patrimônio Histórico Artístico e Ambiental de Belo Vale (APHAA-BV), a atividade visa reunir os moradores da cidade para um dia de confraternização em torno do projeto social Pilares da Cidadania Formações Pro Futuro, além de permitir maior apropriação da Fazenda pela comunidade local, ressignificando o espaço.
“Essas ações fazem parte do objetivo geral do projeto cultural que está sendo coordenado pela APPA como forma de envolver os atores locais, sobretudo das comunidades tradicionais da região, buscando democratizar e valorizar o patrimônio cultural e histórico de Minas Gerais, integrando a Fazenda Boa Esperança dentro das atividades de Belo Vale”, destaca Cláudio Arroyo, coordenador de projetos da Fazenda.
As oficinas de canto e dança são apenas uma das atividades do projeto social da APHAA-BH, que completou 38 anos em 2023. Parceira da APPA – Arte e Cultura, a instituição é pioneira em projetos culturais em Belo Vale com atividades nas comunidades quilombolas e em projetos de restauro da capela de Nossa Senhora da Boa Morte, reconstrução da plataforma de embarque e desembarque da estação ferroviária e ações ambientais, além de ser parceira da centenária Banda de Música Santa Cecília.
Apresentação
A apresentação acontece às 10h e será conduzida pelo professor, bailarino, diretor e produtor Fábio Dornas, que desde julho ministra a oficina. Dornas dança desde os 15 anos e é formado em balé clássico, jazz moderno e contemporâneo, técnica vocal, ritmo e teatro no First Dance Center Act. Já atuou na Compasso Companhia de Dança e no Grupo da Dança 1º Ato e participou do coletivo Movasse, antes de decidir tornar-se bailarino independente.
“Trabalhar com crianças é algo incrível e também trabalhoso. É um trabalho lúdico antes de tudo, porque você precisa entrar no universo da criança de hoje, que é muito diferente da criança da minha geração. Elas são mais interativas, têm uma relação muito forte com a imagem, com o vídeo”, conta Dornas. Só depois de mergulhar nesse universo é possível propor uma experimentação. Tudo, segundo o bailarino, é feito com muita calma e leva muito tempo.
Já trabalhar com adolescentes, enfatiza Dornas, é mais trabalhoso no sentido de que eles têm resistência natural, vergonha e autocrítica. “Você fala para eles dançarem funk ouvindo Vivaldi. Aí a coisa fica muito legal, porque você pode pegar várias influências, colocar tudo no liquidificador e, sem perceber, eles já estão improvisando. No final, fica uma coisa muito bonita”, conta Fábio Dornas, que fala em muita sinergia na relação com as crianças e os adolescentes.
O que o público verá no pátio externo da Fazenda Boa Esperança são crianças de 5 a 8 anos e adolescentes de 10 a 16 anos dançando guiados pela música das cantoras Carol Jongo e Diana Mourão, com espaços para a criação, a improvisação e a experimentação, tudo fluindo de forma natural. “É uma apresentação despretensiosa para mostrar aos pais e aos moradores da cidade o trabalho social que a APHAA-BV faz. É quase uma confraternização”, resume o bailarino.
Enquanto trabalha com as crianças o balé clássico, como se ministrasse uma aula, ele ensina aos adolescentes os passos da dança contemporânea, até porque, segundo o bailarino, essa é a “dança de hoje, do agora”. “Ela tem técnica, mas pega algo do balé clássico, da dança de salão, do jazz, do funk, bebe de todas as fontes, inclusive a experimentação”, pontua. E finaliza dizendo que a apresentação na Fazenda “vai ser algo muito bonito de se ver”.
Foto: Romeu Matias / Divulgação